O consumo de café pode reduzir a incidência de esteatose hepática?

O café parece ser benéfico para a saúde em geral e principalmente para pacientes com doenças hepáticas. O consumo ≥2 xícaras/dia de café protege contra a progressão de quase todas as formas de doenças hepáticas. Os mecanismos usuais envolvidos são a prevenção da fibrose, a carcinogênese e o efeito antioxidante.

As evidências experimentais e clínicas disponíveis sugerem que esse consumo tem efeitos protetores principalmente contra a síndrome metabólica, bem como o desenvolvimento de hepatite secundário à esteatose. Em modelos de ratos de estudos experimentais, o café demonstrou diminuir as citocinas inflamatórias, modificar a expressão gênica do tecido adiposo, proteger contra o desenvolvimento de perfil metabólico adverso, bem como diminui a gordura hepática e a deposição de colágeno. Muitos desses estudos foram baseados em histologia e mostraram um efeito protetor do consumo de café no desenvolvimento de fibrose hepática, impedindo ou reduzindo a evolução desfavorável na doença gordurosa.

De uma maneira geral, para os consumidores de café, a incidência de fibrose avançada e a cirrose é menor. O risco de carcinoma hepatocelular também é menor quando em comparação com a população não consumidora de café. Os efeitos protetores são independentes da etiologia da doença hepática e mais pronunciados nas doenças hepáticas relacionadas ao álcool. No entanto, em vista da natureza retrospectiva dos dados, mais ensaios de intervenção são necessários antes que o café encontre seu caminho na prescrição regular em pacientes com doença hepática.

Dr. Leonardo Dias
CRM:63906

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